Se você deseja expandir seu negócio em 2023, com lucratividade e relevância, o franchising sem dúvidas é a sua melhor opção. E pode ser que para você, isso apresente alguns desafios, especialmente financeiros.
Quando paramos para pensar, até mesmo as maiores marcas que conhecemos hoje quando falamos de Franchising, enfrentaram grandes desafios no início de suas trajetórias e se reinventaram ao longo do tempo. Como foi com a Cacau Show, que criou um modelo de negócios diferenciado do que existia na época e durante anos atuou praticamente sozinha com este modelo. Quando os novos concorrentes começaram a aparecer, ela já possuía uma grande rede, gerando uma boa receita para a franqueadora enfrentar os desafios do momento.
Atualmente a concorrência no franchising é enorme e é difícil encontrar um segmento que não tenha fortes players. Isso faz com que as taxas de franquia normalmente deixem pouca margem, o valor acaba sendo usado praticamente todo para suporte inicial dos franqueados, na ajuda na análise de ponto, treinamentos, acompanhamento de inauguração e reinvestimento para o processo de expansão. Conseguir investir na estruturação da franqueadora somente com os royalties pode ficar muito difícil, principalmente durante a fase inicial de crescimento da rede.
O que fazer então?
Existem algumas possibilidades:
- Aumentar os royalties
- Criar/aumentar fontes de receita complementares para a franqueadora
- Diminuir os custos da franqueadora
Vamos entender cada uma delas:
Aumentar os Royalties
É preciso analisar os números dos franqueados, se os indicadores forem bons mesmo com aumento de valor de royalties, esta pode ser uma boa possibilidade a ser adotada. Não deve ser uma decisão feita de uma hora para a outra, ela precisa ser bem planejada e negociada com a rede. Na prática, é muito raro acontecer porque poucos negócios apresentam resultados tão bons que mesmo aumentando esta cobrança continuarão sendo interessantes para os franqueados.
Criar/aumentar fontes de receita complementares para a franqueadora
Nesse quesito, podemos pensar nos seguintes cenários:
Rebate
Uma das formas de remuneração da franqueadora além dos royalties e taxa de franquia (lembrando que fundo de marketing não é receita da franqueadora e sim um valor apensa administrado pela franqueadora com finalidade específica) é a comissão de fornecedores homologados, está comissão é chamada de rebate.
Defendo que o rebate pode ser uma fonte de receita desde que não aumente o custo dos produtos ou serviços para os franqueados. Se o fornecedor vai inserir este custo no valor final vendendo mais caro para os participantes da rede, não adianta nada. Agora pense comigo: o fornecedor normalmente paga uma comissão para o seu vendedor ou representante comercial, por que não pagar para o franqueador que está fazendo este papel garantindo a venda para toda a sua rede?
Produtos marca própria
Além disso, a franqueadora pode desenvolver produtos de marca própria e se possível exclusivos, sendo a fabricação própria ou terceirizada. Algumas vezes podem ser produtos que até nem tenham relação tão direta com o negócio, como por exemplo, uma marca de sorvetes que tenha um bom engajamento com o seu público, pode vender camisetas, bonés, tigelas, etc. Veja o exemplo da Ben & Jerry’s.
Diminuir os custos da franqueadora
É neste ponto em que as coisas estão mudando e vão mudar cada vez mais. E é aqui que você pode dedicar sua atenção.
- Redução de custos de estrutura física: tendência para o home office, serviços terceirizados e etc. A grande maioria das empresas que nasceram nos últimos anos e cresceram muito rápido, (normalmente startups), tem a grande parte de seus colaboradores atuando em home office. Uma das redes que eu já tive a oportunidade de atender, hoje possui mais de 40 funcionários e não tem sede física. Além disso, o CEO também optou pelo modelo remoto e atua na gestão da sua própria casa.
- Equipes menores com profissionais excepcionais usando muita tecnologia (softwares, IA, etc.) para atender de maneira enxuta, mas com muita qualidade. Nesse ponto, a gestão é um fator primordial para que as equipes mesmo enxutas, possam ter um bom desempenho e utilizar com eficiencia as tecnologias disponíveis.
- Redução de custos de deslocamento (viagens e hospedagem) utilizando videoconferências e treinamentos EAD sempre que possível.
Mesmo sabendo que grandes sedes acabam impressionando potenciais franqueados e pode ser um fator para fechar o negócio, no mundo moderno, especialmente após a pandemia, os candidatos estão mais atentos a essência do negócio do que seu espaço físico propriamente dito. Esse é um comportamento que já é muito comum nos EUA onde você encontra franquadoras com mais de 400 unidades e sua “sede” se resume a uma boa e pequena sala comercial com um time bem enxuto.
O objetivo das franqueadoras deve ser de conseguir entregar um excelente suporte, uma expansão estruturada, com custos fixos muito baixos, e talvez até sem uma sede física.
De todas essas alternativas, qual delas você considera mais interessante para aplicar no seu negócio? Deixe aqui nos comentários!