Sempre digo que quem quer ser (ou já é) um franqueador, precisa ter a vontade de ver sua marca crescer bastante. Ter uma rede de franquias com poucas unidades, até 10 unidades, normalmente não é viável. Os custos para manter a estrutura de suporte aos franqueados não é sustentado por uma rede pequena.
Se a intenção é ter poucas franquias na sua rede, deve reavaliar se franquia é a melhor estratégia.
Agora se o negócio é fazer sua marca crescer muito saiba como ser um franqueador em 8 passos.
O número “mágico” que utilizo como referência para os meus clientes é de 50 unidades. Este número é um divisor de águas. Podemos dizer que praticamente toda franquia (que tem um negócio sustentável, é claro!) e que atinge 50 unidades atingiu efetivamente o sucesso. Quando uma rede alcança este número já percorreu a curva de aprendizado para atuar como franqueadora e deve ter construído uma estrutura sólida e eficiente.
Sabemos que 50 é um número ótimo, mas qual o número mínimo necessário para uma rede se manter, e qual o número máximo que pode atingir?
Vamos lá:
O número mínimo:
Para calcular o número mínimo que uma rede deve ter, deve ser feito um plano de negócios da franqueadora. Este plano de negócios deve ser só da franqueadora, que é uma nova empresa, separada das unidades próprias, como se faz para qualquer nova empresa.
Considerando as receitas os valores de taxas de franquias e royalties, e lembrando de levantar os custos de suporte inicial para cada novo franqueado, o suporte contínuo para toda a rede e os custos para a expansão da rede (prospecção e seleção franqueados). Fazendo uma simulação financeira é possível calcular o payback (tempo de retorno do investimento), a rentabilidade e a lucratividade e o ponto de equilíbrio da franqueadora.
Encontrando o ponto de equilíbrio se encontra a quantidade mínima de unidades franqueadas necessárias para manter a rede operando sem prejuízo. Este é o número mínimo e varia dependendo do tipo de negócio, do segmento, da força da marca etc. Cada rede tem um número mínimo adequado para ela.
O número máximo:
Para saber o número máximo que uma rede possa ter, primeiro precisamos delimitar a sua abrangência. A expansão para o exterior é uma vontade de quase todo empresário, mas franquear lá fora é um grande desafio, sugiro só pensar nisso depois de estar muito bem estruturado e experiente. Assim vamos delimitar geograficamente a expansão ao território brasileiro.
Precisamos então definir quais as características do ponto onde pode ser instalada uma unidade: Qual o perfil da população da região, o fluxo de pessoas, os tipos e quantidades de outros estabelecimentos próximos (por exemplo devem ser em rua movimentada que tenha pelo menos um banco na mesma quadra e um faculdade a menos de 500 metros – só exemplos, cada negócio tem suas características). E então buscamos quantas regiões com as mesmas características existem no país.
Se definirmos que o negócio deve ser instalado em cidades acima de 300.000 habitantes, este seria o primeiro corte: fazemos uma lista com todas as cidades com este perfil.
E dentro destas cidades buscamos regiões com características conforme definimos como ideais para o negócio. É possível fazer isso “no braço” utilizando dados secundários das prefeituras, IBGE, Google Maps etc. O mais indicado, entretanto, é a utilização de software de geomarketing. Alguns que costumo indicar para os meus clientes são o Geofusion, o Economapas e o Deepen. A quantidade de locais identificados como ideias nas cidades que aparecem acima da nossa linha de corte indica o número de unidades máximas que a rede pode ter.
Claro que nem em todos estes locais será interessante a instalação de uma unidade (pode ser que já tenham muitos concorrentes, ou a logística seja muito complicada, entre outros fatores), mas como estamos procurando saber o nosso número máximo este tipo de análise atende muito bem esta necessidade. Depois é ir analisando cada região para um ajuste fino.